Por que negra? Uma defesa da teologia negra

POR QUE NEGRA? Uma defesa da teologia negra, é um artigo  do livro “Deus não é cristão e outras provocações”, de autoria de Desmond Tutu, Arcebispo emérito da Igreja Anglicana da África do Sul e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1984, por seu empenho na luta contra o Apartheid, ao lado de Nelson Mandela, na África do Sul. A própria vocação de Tutu está muito associada à fé como um instrumento de reconhecimento da dignidade do negro. Segundo ele, aos nove anos de idade, viu um homem branco vestido de terno preto descer da calçada para que ele e sua mãe passassem e lhes inclinou o chapéu num gesto de respeito. Na África dos tempos de Apartheid esperava-se que o contrário acontecesse e os negros dessem passagem ao homem branco e lhe saudassem inclinando a cabeça. Quando sua mãe lhe disse que o homem branco saíra da calçada e lhes cumprimentara por que era um homem de Deus, Tutu desejou também ele ser um homem de Deus. O homem branco era Trevor Huddleston, sacerdote anglicano, que viera a se tornar o mentor espiritual de Tutu, inclusive sendo uma grande influência na luta da Igreja Anglicana contra o Apartheid.

No artigo POR QUE NEGRA? Uma defesa da teologia negra, Desmond Tutu defende a existência de uma teologia negra, diante da crítica de que não há uma teologia branca. Tutu também procura dar um sentido novo ao termo “negro”, que é sempre visto como negativo, apresentando-o de foma positiva; e, por fim, busca sinalizar os desdobramentos trazidos pela teologia negra ao Cristianismo.

Apropriemo-nos do artigo, contextualizemos para nossa realidade de América Latina e Brasil, uma vez que Tutu fala a partir da África, e tornemos nossa vivência e pastoral cristã mais evangélicas, num testemunho de que nosso Deus Trino de amor se preocupa com os seus e as suas. “A teologia negra é uma teologia engajada, não uma teologia acadêmica e distante. É uma teologia visceral, baseada nas preocupações reais, nos assuntos vitais para o negro” (TUTU, 2012, p. 134).

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