Histórica

Duas cenas de Amor

Desde o final de outubro de 2016 eu desejava escrever esse post. Fiz minhas anotações para escrevê-lo quando pudesse. Enfim, aqui estou a escrevê-lo. O post é para falar sobre a capacidade unitiva e (ao mesmo tempo) despojada do amor. E eu dedico esse post a Renata, minha esposa, que gosta de ler, falar, ouvir e assistir coisas sobre o amor.

Estava em casa na manhã de 22 de outubro, quando assisti a matéria Amanda conta como enfrentou o câncer durante casamento e gravidez, do programa Bem Estar (Rede Globo). A matéria falou sobre a história de Amanda Oliveira Neves, que desejava casar e ser mãe (nada mais comum), e descobriu que estava com câncer, quando estava com 03 meses de gravidez. Então, começou o tratamento (somente o que não prejudicasse a gravidez), antecipou o parto para o sétimo mês de gestação e, no mesmo dia em que seria o parto, realizou sua cerimônia de matrimônio, no hospital mesmo.

Além de tudo o que já foi dito, o que me impressionou na história foram as palavras de Amanda ao esposo, durante a cerimônia de matrimônio:

“Não quero que seu amor pare em mim, mas que eu seja apoio a seu amor a Deus e aos outros”

A frase indica perfeitamente sua compreensão de que o amor que doamos/recebemos é um apoio a tudo que devemos ser e fazer na vida. Mas essa compreensão só é possível por algo que ela disse antes: “Não quero seu amor pare em mim”… o amor não é para nos trancafiar numa relação, mas para se expandir, extravasar-se em tudo que faz parte da vida do/a amado/a. Por certo, a ameaça real de morte que é o câncer, deve ter iluminado a mente e o coração da Amanda para entender essa capacidade sublime do amor de doar-se, despojar-se, incluir, integrar.

No mesmo período que assisti essa matéria, minha esposa estava assistindo a série Outlander, na Netflix. A séria conta a história da inglesa Claire Randall, que, durante uma viagem à Escócia, em 1943, acaba misteriosamente regressando 200 anos no tempo (1743). Nessa experiência “mágica”, ela conhece o jovem guerreiro escocês Jamie Fraser, pelo qual se apaixona e com o qual se casa. O que me impressionou nessa série, que é muito boa, foi a cena do matrimônio de Claire e Jamie (The Wedding). Naturalmente a cerimônia se passa dentro da tradição reformada da Igreja da Escócia e o rito prevê que o pulso de ambos os cônjuges seja cortado e atado ao do outro cônjuge, sangue sobre sangue. Essa é uma materialização das promessas matrimonias proferidas pelo casal:

Você é sangue do meu sangue, osso dos meus ossos. Eu lhe dou o meu corpo para que possamos ser um, para que nós dois sejamos um. Eu lhe dou o meu espírito até o fim de nossas vidas.

Essa cena expressa outra capacidade do amor, a de unir os seres amados, fazê-los parte um do outro, como deseja expressar o corte no pulso do casamento de Claire e Jamie. Podemos ter amor aos outros e às coisas que fazemos, mas somos parte de um alguém. Estaremos unidos a esse alguém para onde quer quer formos, seja lá o que fizermos. E apoiados por esse alguém faremos tudo na vida!

As duas histórias são imensamente fortes e olhadas isoladamente parecem destoantes, mas se combinam de maneira maravilhosa. Elas combinam as impressionantes cenas  do amor: união e despojamento. Essas são duas cenas que todos nós desejamos viver em nossas histórias de amor.

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Cena do matrimônio de Claire e Jamie
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Um comentário em “Duas cenas de Amor

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